Para o especialista em educação Sergio Bento de Araujo, quando a escola trata tecnologia como meio para remover barreiras (e não como fim em si) todos aprendem melhor: quem precisa de apoios e quem ganha com a clareza, a redundância de linguagens e o respeito aos ritmos. Se você deseja entender como a inclusão escolar ganhou novas ferramentas (e novas responsabilidades) com a maturidade das tecnologias educacionais, continue a leitura a seguir.
Acessibilidade digital como requisito pedagógico
Em consonância com boas práticas, acessibilidade começa naquilo que o estudante vê, ouve e manipula. Textos claros, contraste adequado, fontes legíveis e estrutura semântica correta facilitam a navegação por leitores de tela. Imagens com descrição alternativa, vídeos com legendas e audiodescrição, além de transcrições para podcasts, ampliam o alcance do conteúdo.
Cada recurso produzido por docentes (apresentações, planilhas, atividades digitais, formulários) precisa nascer acessível, e não “virar” acessível depois. No entendimento do empresário Sergio Bento de Araujo, acessibilidade antecipada reduz retrabalho e sinaliza que a escola leva a sério a participação de todos.
UDL: Múltiplos caminhos para engajar, representar e expressar
O Desenho Universal para a Aprendizagem organiza a inclusão em três pilares: múltiplos meios de engajamento, de representação e de ação/expressão. Em harmonia com essa matriz, a escola busca motivar por diferentes portas de entrada (interesses, desafios graduados, escolhas), apresenta conceitos por múltiplas linguagens (texto, imagem, áudio, simulação) e aceita formas variadas de demonstrar aprendizagem (produção escrita, protótipo, apresentação oral, mapa conceitual). Na visão do especialista em educação Sergio Bento de Araujo, o UDL não “facilita” o currículo; ele o fortalece, porque torna explícitas as metas e flexíveis os caminhos, sem baixar a régua de exigência.

Avaliação justa e desenho de atividades
A avaliação inclusiva não “simplifica” a tarefa; ela descreve objetivos com precisão e oferece diferentes caminhos para atingi-los. Quando a rubrica foca evidências do que se quer medir (argumentação, raciocínio, resolução de problemas), adaptações de formato deixam de ser vistas como “vantagens” e passam a ser reconhecidas como recursos legítimos. Uma prova pode coexistir com uma apresentação oral, um relatório multimídia ou um protótipo funcional, desde que os critérios sejam equivalentes. À vista dessa lógica, a tecnologia serve para tornar os objetivos visíveis e o percurso, flexível.
Formação docente e cultura institucional
Nada disso se sustenta sem professores preparados e uma cultura que normalize ajustes razoáveis. A formação continuada precisa articular fundamentos de acessibilidade, desenho de materiais, ética do dado e uso responsável de IA para personalização sem vieses. Além disso, a liderança deve garantir tempo para revisão de recursos, curadoria de objetos de aprendizagem acessíveis e canais de apoio técnico-pedagógico. Como pontua o especialista em educação Sergio Bento de Araujo, escolas que cuidam do adulto criam condições para que o adulto cuide do estudante, com consistência e dignidade.
Parceria com famílias e escuta dos estudantes
Educação inclusiva é trabalho de corresponsabilidade. Em consonância com essa ideia, a escuta ativa das famílias ajuda a calibrar apoios e a identificar barreiras invisíveis fora da sala de aula. Da mesma forma, dar voz aos alunos sobre o que funciona (ritmo, formato, interface) melhora continuamente o desenho das experiências. Na visão do empresário Sergio Bento de Araujo, quando a comunidade participa, a tecnologia deixa de ser “ferramenta do professor” e vira ecossistema de aprendizagem.
Tecnologia a serviço do direito de aprender
Acessibilidade digital e UDL transformam a promessa da inclusão em prática verificável. Materiais que todos conseguem acessar, objetivos claros e múltiplas formas de engajar e expressar produzem uma escola mais justa, e mais potente. Ao colocar a pessoa no centro, a tecnologia cumpre seu papel: remover obstáculos, expandir linguagens e cultivar autonomia. Inclusão não é favor; é qualidade pedagógica em seu grau mais alto.
Autor: Nairo Santos
