A simplificação de tributos com o IBS e CBS tem gerado intensos debates no cenário jurídico e econômico nacional. Segundo o tributarista Leonardo Manzan, a proposta tem como principal objetivo substituir cinco tributos sobre o consumo por dois novos, mais modernos e padronizados. Essa mudança busca corrigir distorções históricas do sistema tributário brasileiro, reduzir a cumulatividade e aumentar a transparência fiscal. Contudo, há controvérsias sobre os efeitos práticos dessa transição para os contribuintes e setores produtivos.
Entendendo a simplificação de tributos com o IBS e CBS
A proposta de simplificação de tributos com o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) visa unificar os atuais tributos incidentes sobre o consumo: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. De acordo com Leonardo Manzan, essa reformulação pretende criar um sistema mais simples, com regras uniformes em todo o território nacional, independentemente do ente federativo responsável pela arrecadação.
Ademais, o novo modelo tem como base a não cumulatividade plena, o que permite o crédito total dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva. Isso evita o efeito cascata e amplia a competitividade das empresas. Leonardo Manzan ressalta que a padronização das alíquotas e a centralização da arrecadação tendem a facilitar o cumprimento das obrigações fiscais, diminuindo custos operacionais e litígios tributários.
Vantagens da adoção do IBS e CBS para o sistema tributário
A simplificação de tributos com o IBS e CBS é vista como um avanço por diversos especialistas em Direito Tributário e Economia. Entre os principais benefícios, destaca-se a redução da burocracia, uma vez que os contribuintes passarão a lidar com um número menor de obrigações acessórias. O Dr. Leonardo Manzan comenta que isso representa um importante passo para a melhoria do ambiente de negócios no país.

Outro ponto positivo é a transparência na formação de preços, já que o modelo torna mais claro o impacto tributário sobre o consumo final. Com a incidência no destino e a devolução automática de créditos, espera-se uma menor concentração de carga tributária em determinadas etapas da produção. Leonardo Manzan frisa que, a longo prazo, o novo sistema pode gerar maior previsibilidade fiscal, atraindo investimentos e incentivando a formalização da economia.
Desafios e críticas à simplificação de tributos com o IBS e CBS
Apesar das promessas de modernização, a simplificação de tributos com o IBS e CBS também levanta preocupações relevantes. A transição entre os sistemas é complexa e poderá gerar insegurança jurídica temporária, especialmente para empresas que operam com regimes especiais ou incentivos fiscais regionais. Leonardo Manzan aponta que a coexistência entre os modelos antigo e novo, prevista por até dez anos, exigirá grande capacidade de adaptação dos contribuintes.
Também há o receio de aumento da carga tributária em determinados setores, como serviços, que atualmente são tributados com alíquotas mais baixas. A definição das alíquotas finais e o modelo de repartição entre os entes federativos ainda geram incertezas. Leonardo Manzan analisa que a ausência de dados consolidados sobre os impactos setoriais dificulta a análise concreta dos efeitos econômicos da mudança.
Caminhos para tornar a reforma tributária mais eficaz
Para que a simplificação de tributos com o IBS e CBS seja efetivamente um avanço, é necessário garantir clareza, equilíbrio e justiça na sua implementação. Leonardo Manzan elucida que a regulamentação infraconstitucional deverá detalhar as regras de transição, os critérios de creditamento e as exceções permitidas, evitando abusos e distorções. O diálogo entre governo, setor privado e sociedade civil será essencial nesse processo.
Além disso, a tecnologia poderá ser uma aliada na operacionalização do novo sistema, com plataformas unificadas de apuração e arrecadação. A transparência na fiscalização e o fortalecimento da governança tributária são pontos-chave para consolidar um ambiente mais eficiente e seguro. O Dr. Leonardo Manzan comenta que, com planejamento e controle adequados, o Brasil poderá transformar essa reforma em um instrumento de desenvolvimento sustentável e justiça fiscal.
Autor: Nairo Santos